O
Inimigo de Deus é o segundo livro de “As Crônicas de Artur” escrita por Bernard
Cornwell. A resenha do primeiro livro “O Rei do Inverno” pode ser encontrada aqui.
Assim
como no volume 1, o livro é grande, possui 513 páginas que mais um vez me
surpreenderam pelo fato do autor conseguir evitar de deixar o livro cansativo.
Como já citei na resenha anterior, o livro é baseado em fatos históricos e arqueológicos
que foram estudados e aperfeiçoados pelo autor a fim de não perder alguns
personagens e peculiaridades tão conhecidos nas lendas arturianas. Ao final de cada
livro encontramos a “Nota do Autor”, onde Cornwell expõe algumas curiosidades
históricas e o porquê ele decidiu seguir um rumo e não outro, o que é bem
interessante.
A
saga é repleta de fatos narrados por Derfel sobre os tempos de Artur à rainha
Igraine, sendo que nesse segundo livro achei que houve mais batalhas, o que
deixou o livro mais agitado. Não só isso, mas as revelações e como alguns fatos
acabaram ocorrendo foram incríveis. O livro é dividido em quatro partes, que são: a estrada escura, a guerra partida, camelot e
os mistérios de Ísis.
A
história se passa logo após os acontecimentos do final do primeiro livro, ou
seja, logo após a batalha do lago Lugg. Nesse livro é “adicionado” um novo
elemento, que é a busca de Merlin ao Caldeirão e aos treze tesouros da Britânia a fim de
reviver os poderes dos deuses em Dummonia e expulsar o cristianismo. A batalha
entre o paganismo e o cristianismo é mais forte nesse livro, dividindo mais o
povo. Artur continua no mesmo objetivo que é o juramento de entregar o reino a
Mordred, quando este tiver idade, por isso tenta alcançar a tão sonhada paz, mas
para isso precisa expulsar os saxões. E é a partir desses fatos que a história
vai se desenrolando.
Resenhar o livro é mais uma vez um tanto complicado. Porém, o livro é fenomenal, a
história não é igual às histórias normais sobre as lendas de Artur, o que deixa o
livro muito interessante. A maioria dos fatos são novos, pelo menos para mim, e
os personagens bastante originais. Por exemplo, Lancelot, que na maioria das
histórias é conhecido por ser um grande cavaleiro com todas as honras e glórias
possíveis, agora é um covarde e mal caráter. No entanto, Merlin é sempre um
personagem bastante interessante e eu consigo rir muito com as zombarias e seu
sarcasmo. A história como um todo é bem mais madura do que as que eu conheço,
contrariando a maioria dos fatos conhecidos de que tudo era lindo e maravilhoso,
sendo que nessa época as coisas não eram. Num todo, é como se fosse um pedaço
da vida de alguém, que no caso seria o Derfel, já que o livro é contado na
visão dele. O autor consegue fazer você sentir as emoções junto com os
personagens, por isso em alguns momentos senti vontade de entrar no livro e
socar alguém, como aconteceu quando Merlin foi humilhado e em outros momentos
de drama.
Até
agora a história não me decepcionou e é com certeza uma das melhores sagas que
já li.
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